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Meus Vícios

  • Foto do escritor: Júnior Figueiredo
    Júnior Figueiredo
  • 21 de fev. de 2017
  • 2 min de leitura


De todos os vícios que tive, os mais brandos foram os que mais escandalizaram: cigarro, bebidas e drogas. No entanto, enquanto esses foram relativamente fáceis de serem identificados, outros foram muito mais difíceis de serem percebidos. Logo, vinham recheados de aplauso, ovação e aprovação. Na verdade, os primeiros prejudicavam, de fato, meu corpo, enquanto os segundos assassinavam minha alma.


Quando virava madrugadas na farra e voltava com o carro batido, era fácil o diagnóstico de que algo de errado estava acontecendo. Prontamente, todos os olhares e dedos se voltavam em minha direção. No entanto, quando do labor vinham-me condições para comprar carro importado e roupas de grife, as saudações, os elogios e os sorrisos eram combustíveis para vícios mais nocivos ainda, que não são da carne - mas da alma.


Por fora, um cara bacana, generoso e boa praça que distribuía sorrisos e simpatia. Por dentro, alguém roubado pelas posses, status e poder. Como combater um vício tão sutil e imperceptível. Algo que o mundo incentiva, aprova e estimula. Na verdade, as drogas convencionais são um grande problema nos nossos dias, entretanto, visíveis e identificáveis. Já as drogas da alma vêm embaladas em papel de presente, doces como caramelo e registradas com a marca: “Vitoria.”


Uma vida açucarada de façanhas mundanas, mas recheada de ruínas eternas. Abarrotado de mim, repleto de coisas e vazio de tudo. Focado no “triunfo” e fadado ao infortúnio. Lúcido para o rasteiro e embriagado para o verdadeiro. “Ganhando o mundo e perdendo a alma.” Enquanto tinha tudo não tinha nada e quando abracei o nada encontrei tudo.


Sem dúvida o meu maior vício fui eu mesmo. Minha imagem, meu nome, minhas façanhas, minhas conquistas e minhas vitórias. Viciado em lisonjas, em cortesias e em mimos do qual só os usuários do prosaico podem gozar. Desfrutando de cada porta aberta e prato servido que o mundo me acariciava. Envolto pelo engodo, atraído pela malícia, despojado pela ignorância e ajoelhado mediante o sagaz.


Se de mim consegui me livrar? Não sei! Só posso dizer que até o último suspiro combaterei para que, em mim, não surja outro vício em mim mesmo. Mantendo a lucidez, conscientizado na cruz, arrebatado em verdade e aconselhado pelos céus; aprendi que só sou quando nada sou.




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